Opeth – Heritage

Setembro 3, 2011

E finalmente consegui aquele que era o lançamento mais esperado por mim para este ano de 2011. O décimo álbum de originais dos Opeth.

Os Opeth deixaram bem claro que isto não ia ser um álbum igual ao resto do catálogo (tirando Damnation, que foi um álbum sem qualquer vestígio de peso musical). E isso tornou este lançamento ainda mais curioso. Bastou olhar para a capa para percebermos que ia existir aqui algo de diferente. Ou então eram os Opeth que podiam estar malucos, mas a primeira afirmação é mais credível.

Ora, comparando com álbuns como ‘Deliverance’ ou ‘My Arms, Your Hearse’, não temos nada que se assemelhe, a não ser o soberbo trabalho instrumental praticado pelos Opeth desde ‘Orchid’, o álbum de estreia.

De resto, não há nada de Death Metal aqui, e não existem músicas que cheguem aos 10 minutos.

‘Heritage’ abre com a faixa-título, uma bela introdução feita por um piano; piano esse tocado por Joakim Svalberg (actual teclista da banda), embora Per Wiberg tivesse gravado os teclados neste álbum.

A seguir, paramos no já conhecido single de avanço, ‘The Devil’s Orchard’, que é a faixa ‘mais directa do álbum’, ou entenda-se que é a que entra mais facilmente. Temos aqui um grande trabalho de todos os membros, com uma produção perfeita e bem heterogénea, onde se é possível ouvir cada pormenor neste trabalho.

O álbum tem várias influências, onde as mais notórias são de King Crimson, Pink Floyd, e… Mastodon, como é o caso da música ‘Slither’, que com ‘The Devil’s Orchard’ fazem as músicas mais ‘fáceis’ deste ‘Heritage’

Também existem momentos de maior harmonia, como é o caso de ‘Nepenthe’ e ‘Haxprocess’, como temos os mellotrons a marcar presença, que se nota em ‘Folklore’.

Realçe-se (de novo) o fantástico trabalho instrumental, e uma prestação muito satisfatória de Martin “Axe”, que faz aqui um trabalho de bateria transcendente, capaz de deixar os melhores bateristas de boca aberta. É verdade que a bateria não tem aqui um peso como em álbuns anteriores dos Opeth, mas quando entra, entra com uma dose de técnica e criatividade invejável.

A terminar, ‘The Marrow of the Earth’, um instrumental bem setentista (diga-se que o álbum em si é uma coisa (muito) mais virada para o Rock Progressivo dos anos 70), que dá por encerrado mais um capítulo bem sucedido na carreira dos Opeth.

Se tivesse de descrever isto num género, diria… Opeth. ‘Heritage’ é mais do que um álbum, é uma prova que os Opeth são uma das, senão a banda mais inovadora da actualidade. Já se torna quase impossível atribuir um género à banda, senão… Opeth. Este álbum transcende barreiras em comparação a qualquer banda actual. É mais do que uma soma de dez faixas. É daqueles discos para se comprar em duas unidades. Uma para guardar, outra para emoldurar. Masterpiece, e outro candidato a álbum do ano.

[9.7/10]

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