1349 – ‘Demonoir’
Dezembro 30, 2010
Sempre vi os 1349 como uns novos Mayhem, Immortal ou Marduk, porém, seguindo o mesmo estilo musical numa onda mais pesada.
Um potentíssmo álbum de estreia como ‘Liberation’ lançou estes senhores a terras mais longínquas e até ‘agora’ continuaram sempre com bons álbuns.
Em 2010, ano em que é editado ‘Demonoir’ a banda espalhou-se por completo numa sonoridade em que eu simplesmente intitulo de infantil.
‘Demonoir’ deve ter sido o disco mais monótono que já ouvi duma banda que tem uma restante discografia muito para além do respeitável.
O álbum é maioritariamente composto por músicas de nome ‘Tunnel of Set’, sendo estas enumeradas e ordenadas em numeração romana.
Sendo apreciador de algum Black Metal norueguês, gosto bastante desta banda (ou dos discos antes de Demonoir), e a verdade é que foi quase um murro no estômago escutar este novo álbum.
Este quinto longa-duração dos noruegueses perde-se na formula básica de blastbeats e vocais rasgados simples, sem espírito, em que a boa produção é a única mais valia do disco.
De Black Metal de 2010, este disco foi sem sombra de dúvida, o pior registo que já ouvi.
Não o digo para evitarem, mas só recomendo o disco aos coleccionadores…
[Nota: 4.9/10]
Brutal Death Metal/Grind
Dezembro 27, 2010
Chama-se a este o género musical mais extremo de sempre.
O Brutal Death era um género ignorado por mim até esta semana… quer dizer, de Brutal Death conhecia duas bandas, Nile e Holocausto Canibal, sendo estes últimos uma pérola no Brutal Death nacional.
Foi então que ao navegar no fórum de metal onde estou registado fui parar ao tópico de Brutal Death/Grind e decidi escutar algumas propostas dos membros.
Ouvi imensas bandas, com nomes dos quais não me recordo sinceramente e é a partir de hoje que vou começar a prestar mais atenção a este género extremo.
Para quem isto tem sido chinês até agora, passo a explicar:
O Brutal Death Metal é um sub-género do Death Metal que apresenta uma musicalidade notavelmente mais extrema que este.
O Brutal Death Metal tem como principais características:
– Bateria rapidíssima, com um uso maioritário de blastbeats.
– Guturais bastante mais graves que os usados no Death Metal ‘normal’, indecifráveis
– Guitarras e baixo super-distorcidos.
– Andamentos variados, tanto pode ser música groovy como se pode perder numa série de breakdowns
Este género não é para todos os ouvidos, e requer bastantes audições (bastantes mesmo!) para se conseguir sentir e entrar no ouvido como algo desafiante de se escutar.
As bandas de Brutal Death Metal/Grind usam por norma nomes com mais de uma palavra, e uma dessas costuma acabar em ‘ion’, o que é um factor engraçado.
No que toca a sonoridade, hoje, ao ouvir este género começo a fazer air-drumming ou headbang até cair para o lado sem reparar, por vezes, uma das razões pelas quais nunca ouço este género senão em casa… é uma sensação de poder indescritível, acreditem!
E a fechar isto, apresento-vos aqui umas poucas músicas de Brutal Death/Grind para apreciarem!
Cerberal Bore – The Bald Cadaver
Infernal Revulsion – Dead but Breathing
Watain – Lawless Darkness
Dezembro 22, 2010
Depois de ‘Sworn to the Dark’, os Watain regressam em grande com um álbum que podemos chamar de ‘diferente’.
Querem ter a sensação de serem sugados para um buraco negro e serem espancados á força toda dentro desse mesmo buraco? Se tambem estão com este tipo de pensamentos mórbidos a melhor coisa que têm a fazer é ouvirem este CD, porque será a coisa mais semelhante a essa mesma sensação/experiência.
Isto pode ser interpretado como um exagero, mas Watain é provavelmente a melhor banda de Black Metal dos últimos tempos, ou pelo menos, para mim aquela do estilo que tenho mais gosto em ouvir.
Atrevo-me também a dizer que os Watain são a primeira banda a fazer um álbum que mistura quase tudo o que existe no Metal com a essência das suas raízes, o Black Metal! Desde Mayhem até, acreditem, aos Maiden!
Com aquele toque de Bathory e Dissection, também a fazer lembrar o lendário ‘De Mysteriis Don Sathanas’ dos Mayhem, estamos perante um sério candidato a álbum do ano.
Começamos em grande com Death’s Cold Dark, onde notamos já um Thrashened Black Metal com a voz de Erik Danielsson com um poder e carga emocional negativa de se lhe tirar o chapéu!
É a escutar Malfeitor que nos vêm aqueles arrepios à espinha com uma brisa algo 80’s (O próprio Erik Danielsson disse que é um fã das sonoridades da década de 80 e isso nota-se nesta faixa) e em ‘Reaping Death’ que entramos no clímax do buraco negro para onde fomos sugados. No minuto 4:06, salvo erro, um riff completamente inumano, insano, estridente cria uma espécie de vórtice auditivo que nos tira completamente da realidade e nos leva para o mais profundo lugar nesse espaço escuro!
Lawless Darkness é uma faixa instrumental que mostra o caos que a banda consegue fazer e transmitir emoções sem voz… daquelas músicas que a mensagem é: “Cala-te e aprecia”.
Lá mais para a frente, somos beijados de morte na algo estranhamente melancólica “Kiss Of Death” e ainda temos direito a uma viagem cheia de negritude contrastada com beleza de 14:32 minutos chamada “Waters Of Ain”.
Resumindo, uma proposta obrigatória a todos, desde os fãs da música mais progressiva aos de Heavy Metal e claro, do bom Black Metal, todos deverão escutar este álbum com atenção!
Digo e repito que este álbum entra sem qualquer problema num top 10… e para mim, é o álbum do ano…
Agora metam os fones nos ouvidos, vão para um sitio escuro e deixem espalhar o vírus, quero ver se têm estaleca suficiente para dominar esta escuridão sem lei…
MySpace da banda: http://www.myspace.com/watainofficial
Iron Maiden – The Final Frontier
Dezembro 21, 2010
Quem fala em verdadeiro e puro Heavy Metal sem pronunciar duas mágicas palavras de nome IRON MAIDEN ?
É verdade… Steve Harris e companhia lançaram o décimo-quinto álbum de originais, intitulado de “The Final Frontier”.
Não há um verdadeiro Metaleiro que imagine a sua vida musical sem os Maiden, pelo menos uma vida adulta, como serão poucos os que não reservem um cantinho especial nas suas prateleiras de discos para a banda britânica de Harris.
Junto com os Judas Priest, Black Sabbath e os Deep Purple, os Maiden mostraram ao mundo o bom Metal que se faz por terras britânicas, para não falar do pioneirismo que estes senhores têm em relação ao estilo.
Eu, iniciei-me em Metal a ouvir estes senhores… o Number of the Beast foi o primeiro álbum de verdadeiro Heavy Metal que escutei com atenção… nunca me hei de esquecer quando pus os meus fones, deitei-me na cama e escutei aquilo, ao mesmo tempo em que uma magia musical só proporcionada pelos Maiden apoderava-se dos meus ouvidos, levando-me para uma dimensão completamente diferente, mas bem agradável.
Que os Iron Maiden são um fenómeno musical… não é novidade, mas o curioso é que poucos sabem ao certo porquê…
Sem entrar por grandes opiniões… é simples… ao longo de 35 anos, os Iron Maiden nunca caem… só evoluem… não mudam muito, mas nunca causam monotonia por parte dos fãs… sempre com grande criatividade… e isso são álbuns desde o “Iron Maiden”(1980) até ao “The Final Frontier”(2010), e espero que continuem até o Steve Harris ficar sem dedos e o Bruce Dickinson sem voz!
Este novo álbum está simplesmente espectacular! Coisa que eu já esperava vinda desta banda… abertura a faixa “Satellite 15… The Final Frontier” com um ambiente espacial ao início, interrompido pelo duelo de guitarras típico da dupla Murray/Smith a dar início ao tema propriamente dito… é o ‘tiro’ que nos lança ao primeiro single tornado público, “El Dorado”!
Depois, uma soberba sequência de temas completa o disco… muitos começam com uma voz algo sombria e melancólica de Bruce Dickinson.
Uma psicadélica Starblind, uma semi-balada como Coming Home ou uma épica Isle of Avalon, cada um dos temas num mundo por si só… únicas, com interessantíssimos pormenores!
A fechar, “When the Wild Wind Blows”… com um som do vento e mais um maravilhoso tema que põe um ponto final a mais um mágico trabalho dos Iron Maiden!