Opeth – Deliverance

Março 28, 2011

Numa época conturbada para a banda, os Opeth gravaram dois álbuns em condições menos agradáveis, assim dizendo. O material de Deliverance e Damnation foi inteiramente composto quando a banda estava em estúdio para gravar… esses mesmos álbuns.

Deliverance é um álbum em que os Opeth apresentam seis faixas, sendo quatro delas de uma crueza rara de se ver em músicas da restante discografia da banda.

O álbum começa a matar, com ‘Wreath’, e uma curtíssima introdução de bateria seguido de um dos riffs mais devastadores da música dos Opeth. Logo, um ‘Falling inside again’ que dá logo a entender que a voz de Mikael Åkerfeldt está perfeita para a musicalidade de Deliverance. Uns growls bem crus e monstruosos e uns cleans não tão angelicais como nos outros álbuns. Talvez mais melancólicos, a fazer lembrar alguma tristeza ou mesmo transtorno na voz de Mikael. Perfeito. A música não aborrece pela duração, e está longe disso. Para quem está acostumado aos intervalos acústicos dos Opeth vai estranhar ao início a fúria contínua, com pausas muito mais curtas e com muito menos elementos propriamente ‘calmos’.

De seguida, Deliverance, que considero a melhor faixa do álbum. Começa também com um riff abrasador, com Martin Lopez a castigar bem a bateria. Pouco depois, após a intervenção gutural de Mikael, a banda pára dando lugar a uma das marcas de Opeth: os tão famosos intervalos acústicos. A voz limpa de Åkerfeldt faz-se ouvir e… estamos perante uma música ‘clássica’ dos Opeth, mas mesmo assim, com a impressão que podia caber ali um pouco mais de harmonia. A música acaba de uma forma crua e agressiva, mas sem tirar qualidade; aliás, combina perfeitamente!

Se ouvirem o álbum na íntegra, vão notar um intervalo curtíssimo, que nem chega a um segundo entre ‘Deliverance’ e a próxima faixa, ‘A Fair Judgement’, o que poderá causar alguma confusão na cabeça do ouvinte.

Falando da faixa. É… profunda. Começa com um piano lento, melancólico, e pouco depois, a voz de Mikael aparece profunda, muito lenta também e a cantar um tocante ‘Losing sleep, in too deep…’ seguido de mais uns versos na mesma toada. Guitarras graves, lentas, com um pouco de peso fazem grande parte de uma das mais, senão a mais profunda faixa dos Opeth. Ainda há espaço para uma abordagem um pouco menos depressiva a partir do ‘Leave it be‘ cantado pouco depois. No final dessa parte, volta o piano e a depressão. Tocante.

Segue-se uma instrumental um pouco menos melancólica: ‘For Absent Friends’, em que duas guitarras fazem a música.

Depois disso, volta o peso. ‘Master’s Apprentices’ começa como ‘Deliverance’ e ‘Wreath’, com um riff cortante e com um pedal duplo de fazer perder a cabeça; é headbang automático! A sucessão de ‘There is’ grunhidos por Åkerfeldt acrescentam um efeito algo curioso à música. Não é algo muito comum no Metal, muito menos numa vertente mais progressiva (e bruta!), mas… fica bem! Mais à frente, temos direito ao momento mais calmo da música, com umas guitarras mais limpas em conjunto com a voz, mas que de seguida, volta à brutalidade, e assim acaba mais uma música do álbum.

A terminar, a faixa mais curiosa do álbum, ‘By the Pain I See in Others’, que começa com uma abordagem algo electrónica (nota-se o som mais digital de início), mas que volta ao normal pouco depois. Os próprios andamentos da música são mais experimentais, e ao mesmo tempo notamos que os Opeth ficam melhor sem se meterem em aventuras destas. Sinceramente, não me entra no ouvido, mas ouve-se. Lá mais para o final da música… bem, descubram vocês o que existe lá…

O álbum é sem sombra de dúvidas o mais pesado da banda (basta ouvir a Wreath para ter uma noção disso), mas que aborda momentos mais tocantes como a profunda ‘A Fair Judgement’ ou a curta ‘For Absent Friends’.

Como o álbum ‘só’ tem 6 faixas, haver uma que não seja tão empolgante como as outras pesa um bocadinho, e é isso que acontece com a última do álbum, no entanto, não é uma má música e está longe de o ser. De resto, é mais um álbum assinado com a genialidade dos Opeth!

[8.7/10]

Opeth – Morningrise

Março 24, 2011


Como hei de descrever o meu álbum favorito de toda a música existente? Bem… vou tentar ser o mais franco possível.

‘Morningrise’ é o nome do segundo álbum dos Opeth, com a sua formação original, com Anders Nordin, Johan DeFarfalla, Peter Lindgren – baterista, baixista e guitarrista, respectivamente; e, obviamente, o guitarrista e vocalista Mikael Åkerfeldt.

O álbum conta com vários elementos do seu antecessor ‘Orchid’ e com algumas passagens mais ‘jazzisticas’ e até com alguma inspiração Heavy à mistura.

Começa-se com Advent, com umas guitarras brandas que vão aparecendo com uma subida de volume até à explosão que se dá a seguir. A voz de Mikael dá entrada pouco tempo depois, na forma de uns guturais monstruosos que se misturam com melodias vocais angelicais… e tudo vindo de um só homem!

Depois disto, segue-se The Night And The Silent Water, que mais que uma música, é um encontro de emoções, expressas de uma forma, tanto agressiva como melancólica. Destaque para o riff inicial que me é uma das coisas mais tocantes quando o ouço. Mais uma obra-prima de dez minutos assinada pela banda.

Depois, Nectar, que já não é uma faixa tão empolgante como as outras, mas tem sempre algo que a marca, como o solo de baixo que se dá por volta dos três minutos ou mesmo por algumas partes acústicas que dão o seu interesse à música. No entanto, a faixa acaba ‘do nada’, deixando alguma estranheza no ouvido.

O Momento do álbum dá-se aqui! Black Rose Immortal, uma faixa de vinte minutos de duração, em que genuína é pouco para a descrever! Começa com umas guitarras a relembrar um pouco o ritmo e a melodia dos Iron Maiden, com a voz demoníaca de Åkerfeldt e uns intervalos acústicos de uma beleza indescritível… quase que me vêm as lágrimas ao ouvir a estrofe mais emotiva da música:

“Eyes attach to your mute portrait
We spoke only through thoughts
Together we gazed, awaited
Hours brought thirst and the rising sun”

De resto, a música vai variando, tornando estes vinte minutos mais que mágicos!

A fechar… ‘To Bid you Farewell’, outra música que me tocou, e não foi pouco.

Começa com as guitarras acústicas e o baixo de Johan DeFarfalla a tocar algumas notas mais agudas, e portanto, a notar-se bem e a fazer parte deste momento de nostalgia e de expressões emocionais.

A voz melancólica de Mikael

Åkerfeldt é o ponto-chave nesta faixa, que não deixa qualquer um indiferente. No fim ainda se tem direito a umas guitarras mais fortes, mas sem tirar a essência à música, que transpira beleza e sentimento pelos poros.
E aqui acaba o álbum, que apesar de serem ‘só’ cinco músicas valem por cada segundo passado a ouvir isto, em que a grandiosidade que nem numa vida se costuma atingir, foi atingida num só álbum, chamado Morningrise, feito pelos genuínos OPETH.
Não vou cotar o álbum, pois guardo-o como o álbum que mudou a minha vida, feito pela banda que mudou a minha vida, desde o primeiro segundo de audição.
Lá vão os tempos em que eu ouvia o Blackwater Park vezes sem conta sem prestar atenção às raízes da banda.
Gigante.

Para os fãs da música progressiva dispensa apresentações. Para os que gostam, ou os querem entrar no mundo da música, deixo aqui as seguintes palavras:

Remonta de 2001 e é o 5º álbum dos Opeth, banda sueca de Death Metal Progressivo que, curiosamente, é a minha banda favorita.

Considerado pelos críticos como o melhor disco da banda… bem, é um excelente disco, sem dúvidas. Monumental, mesmo! Mas… continuo a ter como preferido o Morningrise; álbum ao qual farei uma review mais tarde.

O álbum começa com uma grandiosa Leper Affinity, em peso, com a voz de Mikael Åkerfeldt no sítio, tanto demoníaca como divinal, com os momentos acústicos típicos da sonoridade da banda.

De seguida, a minha faixa preferida do álbum: Bleak. A música começa de novo em peso, com uma breve ‘interrupção’ disso depois do inspirador ‘This Moment is Mine’ cantado pelo carismático frontman.

O álbum tem sempre a sonoridade típica ‘Opethiana’. Destacam-se as faixas Harvest e Patterns in the Ivy, que não incluem partes pesadas, mas que são igualmente belas às restantes do álbum.

Faixa mais fraca? Isso não existe nos Opeth. Embora seja a Bleak a minha música favorita do álbum, a que mais me toca é a The Drapery Falls, não me perguntem porquê.

O álbum é perfeito, basicamente.

Não me despeço da review sem falar na Blackwater Park, em que temos direito ao slap no baixo de Martin Mendez.

Há de tudo. Vozes guturais e limpas, guitarras distorcidas a acústicas! É tudo… boa música, e um álbum perfeito de uma banda perfeita.

[10/10]

Nome incontornável do Metal germânico. Em 2010, os Accept brindam-nos com mais um grande álbum de Heavy/Power Metal com a sua sonoridade característica.

Lançado pela Nuclear Blast, ‘Blood of the Nations’ é um álbum de 13 faixas épicas, com refrões que dão vontade de berrar com toda a força das nossas cordas vocais, exemplo disso são as faixas ‘Blood of the Nations’ ou ‘Teutonic Terror’ com os coros a acompanhar e a dar a dose épica que completa as novas malhas da banda de Wolf Hoffmann.

Saliente-se também a entrada do vocalista Mark Tornillo, que substitui o papel de Udo Dirkschneider, nos Accept desde os primórdios da banda, ou seja, 1979 (!). No entanto, o novo vocalista não fica a render nada ao anterior! A voz é diferente, sim, mas assenta na sonoridade dos Accept que nem uma luva.

Ao longo do álbum, temos faixas com as mais variadas estruturas, como é o caso de ‘The Abyss’, com uma mistura de peso com o efeito balada que resulta numa música tocante. De destacar também a bela ‘Kill the Pain’, com umas guitarras e de chorar por mais, para não falar do maravilhoso registo do novo vocalista.

Em questões de opinião, tenho como preferidas as faixas ‘Teutonic Terror’ (passo-me com aquele refrão, palavra!), ‘Locked and Loaded’ e a pujante ‘Rolling Thunder’.

Destaco as guitarras neste álbum! Os solos e riffs presentes em todo o longa-duração não deixam ninguém indiferente com tal excelência!

Resumindo, estamos perante um álbum obrigatório para qualquer fã de Metal alemão que se preze, ou mesmo um metaleiro que se preze! Proposta de Heavy/Power do ano, superando o álbum dos Iron Maiden, atrevo-me a dizer. É caso também para dar as boas-vindas a Mark Tornillo como novo vocalista dos Accept! E com muita razão!

[9.3/10]

 

Com os Orphaned Land, são estes senhores que representam a cena metálica israelita internacionalmente.

Bem… a verdade é que o Metal israelita está a seguir caminhos em que ‘perfeito’ começa a ser pouco para os descrever. Os Orphaned Land lançaram um dos melhores álbuns de 2010, e os Melechesh, ao que parece, seguiram o mesmo caminho.

Só fizeram bem, pois ‘The Epigenesis’ está um álbum delicioso para quem conhece (e gosta, obviamente) o chamado ‘Oriental Metal’.

É um álbum com o som próprio da banda de Ashmedi, com o Thrash/Black Metal como estilo padrão.

Há neste álbum faixas a que não é fácil escapar-se indiferente, exemplo disso é ‘Ghouls of Nineveh’, ‘Sacred Geometry’ ou ‘Negative Theology’.

Contamos ainda com duas instrumentais: ‘When Halos of Candles Collide’ e ‘A Greater Chain of Being’, sem qualquer peso, e ainda encontramos a longa faixa final ‘The Epigenesis’ que segue um registo claramente mais progressivo.

Com a inspiração mesopotâmica e suméria para comporem, os Melechesh brindam-nos com mais um bom álbum, com a sonoridade característica da banda, e com faixas que resultarão certamente muito bem nos concertos. Que venha o próximo, se nos reservarem um futuro álbum tão bom como este.

 

[8.2/10]

Os Gwydion tornaram-se rapidamente uma das referências a nível mundial do Folk Metal.

Em 2007, assinaram pela editora alemã Trollzorn e gravaram o álbum ‘Ynis Mön’, tornando-se rapidamente a banda portuguesa a melhor representar o Folk Metal por estes lados.

Depois de uma tour europeia com os Týr, Hollenthon, Alestorm e Svartsot, os Gwydion começaram a trabalhar no seu próximo trabalho, que viria a ser esta pérola, intitulada de ‘Horn Triskelion’.

Bem, ‘Horn Triskelion’ é um álbum perfeito para quem quer uma boa dose de Folk, ou simplesmente, uma boa dança. (sim, porque este álbum puxa os ouvintes para o bailarico com o seu ritmo contagiante das guitarras e dos teclados!)

‘From Hel to Asgard’ é daquelas músicas que quando se toca num concerto, desperta logo o baile, com o público a cantar o refrão a pulmões cheios e a semear o clima de festa!

Já ‘Ofiussa (Terra das Serpentes)’ é uma música com uma parte cantada em… português! Com uma voz feminina a acompanhar (a encarregar-se dos coros, entenda-se) estamos perante uma das melhores músicas deste trabalho.

Destaque para ‘Cold Tempered’ e ‘Six Trials to Become a Beerserker’, que são as melhores faixas do álbum, em conjunto com ‘From Hel to Asgard’ e ‘Ofiussa (Terra das Serpentes) ‘.

Os Gwydion cumpriram a sua parte. Mais um grande álbum de Folk Metal. Agora, é simples, siga a composição do próximo!

[8.3/10]

 

Remonta de 2000, com Vortex (ex-Dimmu Borgir) na voz e no baixo, e é mais um grande álbum dos Borknagar.

Com a fórmula de Prog Black Metal com muito Folk à mistura, os noruegueses fazem aqui mais um álbum bem ‘Borknagaresco’, com a fórmula incansável próxima de uns Enslaved…

O álbum começa com uma soberba faixa, de nome “Rivalry of Phantoms”, em que Vortex assume as vozes de uma forma bastante interessante, por acaso, e a dar já um cheirinho do que vai para a frente no álbum.

Os Borkagar alternam muito entre vocais limpos e rasgados, coisa que se pode testemunhar mais uma vez neste ‘Quintessence’, em que, volto a repetir, Vortex assume perfeitamente este papel.

O disco segue uma estrutura que não foge muito à normalidade; a fórmula de Prog Black com Folk está sempre presente, com muito menos experimentalismos, como os que encontramos com fartura em ‘Epic’, de 2004, mas sempre com a identidade própria dos Borknagar.

Este álbum ainda não conta com a participação de Erik Tiwaz (baixista que viria a ocupar o posto de 2000 até 2010), é certo, e nota-se a falta daquela essência presente em ‘Epic’, mas mesmo assim, os Borknagar desenrascam-se bem, e têm aqui um álbum bem interessante, com destaque para as faixas ‘Colossus’, ‘Genesis Torn’ e ‘Revolt’.

 

[7.7/10]

Heavenwood… quando se fala em referências do Metal nacional, são estes, os Moonspell e os Ramp que vão à conversa.

Os Moonspell praticam um Gothic Metal mais sombrio do que o sombrio, os Ramp são os representantes do Thrash em terras lusitanas, já os Heavenwood… olha! O que fazem eles? Bem… é Heavenwood, simplesmente.

Banda com um som único, os Heavenwood contam com quatro álbuns de originais, sendo ‘Abyss Masterpiece’ a última proposta da banda do Porto.

Como já referi, os Heavenwood praticam… Metal, simplesmente… só lhes consigo atribuir o rótulo de Gothic Metal, mas mesmo assim é difícil establecer uma identidade com esta banda…

Bem… falando do álbum… ‘Abyss Masterpiece’ conta com doze faixas, segundo uma estrutura básica, é verdade, mas bem interessante.

Abre-se a obra com The Arcadia Order, uma faixa perfeita para abertura do álbum. Está lá tudo, voz, guitarras (note-se o espectacular solo!), teclados… enfim! Temos um grandioso trabalho pela frente!

De seguida, ‘Morning Glory Clouds(In Manus Tuas Domine) ‘ , com um refrão totalmente memorável, daqueles que dá vontade de cantar a pulmões cheios! Com uma introdução épica, onde os teclados e a guitarra combinam na perfeição, estamos perante a melhor música deste álbum!

‘Once a Burden’ é uma faixa que já perde aquela energia positiva do início do álbum, com uma clara abordagem ao Gothic Metal em que a voz de Ernesto passa de potente a melancólica.

O álbum segue uma estrutura mais virada para o Gothic Metal, com as faixas ‘September Blood’ ou ”Like Yesterday’ em destaque; com aquele som mais limpo e refinado..

No entanto, isso faz dos Heavenwood o que são, uma banda única que mistura os mais diversos elementos ao seu Gothic Metal de uma forma completamente inovadora!

A voz de Ernesto está lá, as guitarras também, baixo, bateria e teclas, idem. Está tudo perfeito.

Mais um grande trabalho dos Heavenwood! Venham os concertos!

[8.1/10]

Borknagar – ‘Epic’

Março 8, 2011

Podia ficar já por aqui… o nome do álbum diz tudo. ‘Epic’, remonta de 2004 e é o sexto álbum de originais dos noruegueses Borknagar, banda que curiosamente, descobri ainda esta semana. (Note-se que depois de ‘Epic’, a banda gravou ainda mais dois álbuns de originais e ainda um “best of“)

Nos dias de hoje, a palavra ‘inovação’ é algo muito subjectivo, ou mesmo enganador.

Inovar requer criatividade, e os Borknagar são uma das palavras (bandas, sim, mas passe-se…) que melhor se adaptam ao conceito da palavra.

‘Epic’ é um álbum que eu chamo mesmo ‘um caldeirão de géneros’… com o Pagan Black Metal como influência de raíz, encontramos neste trabalho, bem… tudo não, mas bastantes elementos de todo o Metal presentes nas doze faixas constituintes do álbum.

Começa-se a rodagem com ‘Future Reminiscence’, onde as influências Folk são logo notórias e o baixo de Erik Tiwaz (Tyr) também.

O baixista utiliza um baixo fretless de oito cordas, o que faz uma diferença abismal na composição do álbum, tendo em conta que as texturas sonoras de ‘Epic’ são quase todas feitas com o baixo, a alma é o instrumento de 8 cordas grandiosamente tocado por Tyr.

Normalmente, não se nota à primeira audição, mas se ouvirmos isto com atenção notamos que afinal, são aquelas oito cordas genuinamente dedilhadas que transmitem a essência ao Metal praticado pelos Borknagar, que infelizmente já não contam com o músico, que saiu ainda em 2010, pouco depois do lançamento de Origin (que remonta desse mesmo ano).

O álbum é tudo menos conceptual (ao menos a nível musical); maioritariamente encontramos o Pagan Black Metal com Folk à mistura, mas ao longo da rodagem, encontramos lá muito mais que isso, uns elementos de Death ali, outro cheirinho a Thrash acolá, infiluências sinfónicas, também bem notórias… enfim, ouçam vocês! Eu já estou a tratar de ouvir o resto da discografia destes noruegueses… aconselho-vos que façam o mesmo, se gostam de bom Metal… inovador, e acima de tudo, de qualidade, os Borknagar são a banda certa para vos ocupar o tempo e levar-vos por terras nórdicas com a sua alma!

[9.2/10]


Como introdução a isto, não declaro o meu regresso ao blog, mas anuncio que tenho mais tempo para escrever e como tal, maior disponibilidade para escrever.

Bem… durante a minha ausência foram imensos (imensos, mesmo!) os discos que ouvi. Uns bons, outros soberbos, outros audíveis… e, claro, alguns que merecem ser chamados de maus.

Um dos melhores discos de bandas jovens que já ouvi foi-me… hoje (!) parar aos ouvidos.

Os Essence são uma jovem banda dinamarquesa, praticantes de um Thrash que não ninguém indiferente.

Com um EP de estreia, a banda estreou-se nos registos longa-duração com este ‘Lost in Violence’, e que estreia!

O álbum possui nove faixas (a faixa Oblivion é uma música sem agressividade, intencionalmente) devastadoras, onde se respira thrash por todos os poros, sem pausas!

Ao contrário de muitas bandas, cujas introduções são acústicas, ou sem qualquer violência, os Essence brindam-nos com uma intro intitulada de Allegiance que tresanda a thrash, daquele com algumas influências old school.

O álbum segue quase todo a mesma fórmula, com a já referida Oblivion pelo meio para se poder respirar um pouco da devastação até lá. Depois disso, voltando à porrada, Shades of Black é o que se segue.

Destaque ao álbum…? Tudo, é, sinceramente, um dos melhores álbuns de Thrash que já ouvi, com inspiração germânica (Kreator, especialmente), uma banda sem pontos fracos, onde o baixista assume um dos papeis de destaque (ouvir Blood Culture para perceberem o que eu digo… aquilo é totalmente desumano! Ao tempo que eu já não ouvia nada assim!), guitarrista, idem… enfim, toda a banda.

Para quem não sabe, os Essence marcam presença em território nacional no dia 5 de Agosto, no Vagos Open Air, no mesmo dia em que actuam bandas como os Opeth, Tiamat, e os nacionais Revolution Within e Crushing Sun.

Depois de ouvir este álbum, vou-vos ser sincero, não duvido que haja gente que pague um dia no Vagos só para ver estes dinamarqueses… e com razão! Se eu conseguir marcar presença no festival, vou ter ali um dos maiores concertos da minha vida! Afinal, Opeth, Crushing Sun, e agora os Essence… não querem lá meter uns Nevermore para me fazer já a vida, não?

[8.8]