Que o Thrash se anda a tornar numa moda já é de senso comum. Que essa moda já se anda a saturar também começa a ser quase cultura geral para qualquer metálico.

Cada vez que descubro uma nova banda de Thrash Metal é com algum cepticismo que parto para para a audição de um trabalho desta, com o habitual receio de mais uma entediante proposta.

Foi então que descobri os Warbringer. E parti para a audição deste mais recente álbum deles, que consta de 2009.

É muito raro encontrar, actualmente, álbuns desta qualidade, deste género! Os Warbringer brindam-nos com 10 faixas (sendo a 7ª, Nightmares Anatomy, instrumental)

O álbum não tem fillers. É tudo músicas com a aura pujante típica de um bom Thrash, sem pontos fracos, com uma clara influência do Thrash típico da Bay Area; especialmente dos Forbidden e com um cheirinho da brutalidade dos Testament. Solos e riffs absolutamente espectaculares, onde nenhuma nota é tocada ao acaso. Alguns breakdowns à mistura, que recaem de uma forma perfeita sobre as músicas. Voz agressiva Q.B. …

Há faixas neste álbum que bem podiam entrar num “Hall of Fame das melhores músicas de Thrash de 2009/2010”, como ‘Living in a Whirlwind’ ou ‘Prey for Death’.

Com uma forte concorrência em 2009 com álbuns de bandas como os Slayer, Megadeth ou Kreator, os Warbringer fizeram um álbum digno de competir com álbuns desse nível. E ainda bem! E ao que parece o novo álbum deles está agendado para sair este ano, portanto, que assim seja! Fico à espera!

 

[9.1/10]

Os Terror são uma das maiores bandas do panorama do Hardcore, e por sinal, uma das minhas favoritas do género. A banda segue sempre a musicalidade agressiva, directa e crua típica da filosofia ‘core.

Em 2004, a banda californiana lançou ‘One With the Underdogs’.

São treze faixas letais, devastadoras com uma rapidez e breakdowns de dar o típico arrepio na espinha a qualquer um, com um instrumental com um poder abrasador, onde se notam umas claras influências de Hatebreed.

É um álbum simples, rápido e (muito) eficaz. Não tem muito que se lhe diga, mas salienta-se o facto da imensidão de breakdowns desnecessários que existem tanto em Metalcore como Hardcore, Deathcore… não existirem neste álbum. Que existem imensos breakdowns neste álbum, existem… mas nenhum deles cai mal nas músicas. Nenhum, mesmo. E é isso que me faz puxar pelo headbang ao ouvir um dos melhores trabalhos de Hardcore que já alguma vez me passaram pelos ouvidos.

Duro, muito duro…

[9.2/10]

Nome incontornável no Metal Extremo, os Cradle of Filth são uma das bandas mais polémicas no panorama da música pesada, especialmente pela discussão de que o seu género musical é alvo. Uns inclinam a banda como Extreme Gothic, outros como Symphoic Black… enfim, é Metal.

Dani Filth, a principal personagem da banda, é conhecido pelo seu registo vocal único. Enquanto uns intitulam tal coisa como uma mariquice, eu defendo que é disto de que as bandas precisam actualmente: inovação. Os Cradle of Filth são claro exemplo disso, e isso já merece muito crédito.

A lançar discos desde 1994, a banda britânica brinda-nos em 2010 com o seu 9º longa-duração, intitulado de ‘Darkly, Darkly, Venus Aversa’.

É um álbum com a sonoridade típica da banda. Com os vocais gritados (e únicos!) de Dani Filth, com as típicas orquestrações acompanhadas do famoso canto lírico. Do álbum destacam-se faixas absolutamente viciantes como “The Persecution Song”, “One Foul Step From the Abyss” – que inclui um trabalho de guitarra genuíno. Provavelmente o melhor em todo álbum; ou em “Beyond Eleventh Hour”, que acaba o álbum da mesma forma que começa, com as narrações femininas.

É mais um bom álbum da banda. Quem já se fartava um bocado da fórmula tomada pelo colectivo de Dani Filth, não se irá surpreender certamente com este álbum. É um registo indicado para os fanáticos ou para os novatos que ainda exploram a banda. De resto, não é uma má proposta, mas…

[7.4/10]

O Deathcore é encarado por mim como algo desinteressante, especialmente pela trend que criou (e saturou) que consiste em fazer música sem qualquer tipo de emoção ou de interesse. Só agressividade vocal e instrumental.

Felizmente, ainda existem bandas que conseguem balancear a agressividade com a musicalidade e a essência, e os Whitechapel são um exemplo disso.

‘A New Era of Corruption’, terceiro registo de originais, remonta de 2010 e apresenta-nos doze faixas letais, devastadoras, com um poder incrível do vocalista Phil Bozeman e da bateria de Kevin Lane que é brutalmente castigada neste álbum (O baterista Kevin saiu depois da gravação do álbum, sendo substituído por Ben Harclerode)

É Deathcore ‘típico’, e uso as aspas porque os Whitechapel colam-se muito à abordagem clássica do Death Metal com um cheirinho progressivo, o que causará alguma estranheza aos ouvintes que esperam da banda um Deathcore bruto, violento e com andamentos completamente sem nexo.

Faixas como ‘Unnerving’, ‘Breeding Violence’ ou Devolver são um marco no Deathcore, e algo que causará muita ‘porrada’ nos concertos. Sinceramente devem ser das músicas de Deathcore mais catchys que tenho ouvido…

Ultimamente, o Deathcore tornou-se na moda mais cansativa inserida na música pesada, mas os Whitechapel conseguem fazer um grande álbum, com os elementos-chave do género, mas de uma forma bem interessante, projectando este longa-duração de uma forma que pouquíssimas bandas conseguem no universo de Death Metal com Hardcore.

Juntamente com o álbum dos Thy Art is Murder, temos aqui o álbum de Deathcore de 2010!

[8.3/10]

Metallica – Reload

Abril 7, 2011

Sim, os Metallica venderam-se, e tal… e o Load e o Reload não são Metal, são muito comerciais… enfim, confesso que os fãs mais conservadores dos Metallica já me causam uma certa irritação com estas opiniões, a maior parte delas sem quaisquer fundamentos.

Hoje apresento-vos se calhar uma das maiores pérolas experimentais (sim, porque isto foi um álbum claramente experimental dos Metallica (em conjunto com o Load).

ReLoad segue o mesmo trajecto de Hard Rock/Heavy Metal que o seu antecessor, embora este seja claramente mais pesadote.

O álbum começa com a explosiva Fuel, com um trabalho da banda fantástico, mesmo. Criativo, e assim vai-se prolongando a maioria do álbum em si.

Como segunda faixa temos ‘The Memory Remains’, que por acaso foi uma música que me ficou uns três dias na cabeça devido à sua estrutura catchy, e Devil’s Dance a suceder, que apresenta uma estrutura claramente Hard Rock, daquele ao estilo Aerosmith, mas com a atitude dos Metallica claramente bem vincada .

Ainda no ‘início’, a melhor balada dos Metallica seguida de ‘Fade to Black’: The Unforgiven II, que é algo como tocante, emotiva e… que bate de longe a mais conhecida, ‘Nothing Else Matters’ que honestamente, não me diz nada; ao contrário desta Unforgiven II (e de mais algumas também bastante boas presentes no Load.)

No álbum, também existem alguns fillers, como ‘Carpe Diem Baby’ e ‘Where the Wild Things Are’, mas não são nada que seja propriamente desagradável de se ouvir.

O peso e a garra da banda também se nota na faixa referida, ‘Fuel’, em ‘Bad Seed’ e ‘Attitude’ com algumas estruturas mais rápidas e pujantes!

Fixxxer acaba o álbum de uma forma algo lenta, mas boa. É também uma faixa mais longa, que requer mais atenção por parte do ouvinte.

ReLoad não é um álbum de Thrash, está longe de o ser, e como tal, está longe de voltar a músicas agressivas, com a atitude ‘yeah, we are the best and we’ll change the world!’ de Kill em’ All ou à atitude típica de ‘Ride the Lightning’ e de ‘Master of Puppets’, mas como já referi; é um álbum experimental, e o próprio Lars Ulrich chama os Metallica de ‘experimentação’. Se isso é assim, siga! Desde que não se metam no rap ou no reggae, que continuem a experimentar por muito tempo! Só se quer é boa música. Se só querem thrash, vão pegar nos álbuns de Exodus e fiquem-se com o Thrash-tradicional-old-school-(Bay Area), mas é!

[7.8/10]

Sou uma pessoa céptica em relação à quantidade de  bandas americanas que seguem sempre o mesmo trajecto monótono do Deathcore. Breakdowns previsíveis, voz, idem. Enfim…

No entanto, os Black Dahlia Murder trazem-nos mais do que isso, praticam um Death Metal Melódico com influências de Hardcore (E não é bem a mesma coisa do que o termo ‘Deathcore’), que resulta numa proposta algo difícil de entrar, mas que quando entra, entra bem! (E vicia)

‘Miasma’ remonta de 2005, é considerado por alguns como o melhor álbum da banda. Não sendo eu conhecedor de toda a discografia da banda, não posso julgá-lo como tal. Mas pelo que ouvi é um álbum pujante, muito poderoso, e não cansa!

São 10 faixas demolidoras, com destaque para todas elas (mesmo!), com excepção das faixas ‘Miasma’ e ‘Miscarriage’ que são absoluta e brutalmente orgásticas! De dar o típico arrepio na espinha!

O  álbum não tem muito que se lhe diga. É mais um álbum com a fórmula única dos Black Dahlia Murder, que resulta numa proposta bastante interessante para qualquer metaleiro, ou mesmo alguém que goste de música mais agressiva (e atenção que estas expressões estão longe de ser sinónimos!).

E certamente que não vão querer perder o concerto da Dália Negra por território nacional, em Corroios no dia 5 de Julho!

[8.9/10]