Opeth – ‘Orchid’

Dezembro 31, 2010

Acho mesmo que é a primeira vez que faço isto na curtíssima existência deste blogue, mas sendo os Opeth a miha banda favorita, e como não me sentia ‘inspirado’ para fazer uma review sobre um disco deste ano, decidi voltar 15 anos atrás no tempo e fazer uma review de um dos álbuns de estreia que mais gosto.

O álbum é ‘Orchid’, trabalho de estreia dos Opeth, que hoje são um marco do Metal Progressivo e que já contam com nove registos de originais, e com um décimo aguardado em 2011.

Da formação de ‘Orchid’ até agora, só Mikael Åkerfeldt sobreviveu, com a seguinte formação neste álbum de estreia:

Mikael Åkerfeldt – voz, guitarra

Peter Lindgren – guitarra

Johan DeFarfalla – baixo

Anders Nordin – bateria

O piano era tocado por Anders Nordin.

‘Orchid’ é um álbum com uma produção bastante mais precária relativamente aos registos actuais, mas mesmo assim de uma qualidade notável para álbum de estreia, aliás… daqueles álbuns que bem podiam já ser considerados sem problemas o melhor da carreira da banda.

O primeiro longa-duração dos suecos conta com 7 faixas, 2 delas instrumentais (Silhouette e Requiem), onde o talento de Mikael Åkerfeldt permanece igual, seja voz limpa, seja guturais, e, claro, no seu nato talento para a guitarra.

A fórmula Opethiana não muda neste disco… a genialidade está lá, a essência, idem, está lá tudo o que favorece este trabalho…
Dou destaque às duas faixas, Forest of October e In Mist Sehe Was Standing.

É uma review breve, mas é difícil falar sobre a banda, ainda por cima dos Opeth…

[Nota: 9.1/10]

1349 – ‘Demonoir’

Dezembro 30, 2010

 

Sempre vi os 1349 como uns novos Mayhem, Immortal ou Marduk, porém, seguindo o mesmo estilo musical numa onda mais pesada.

Um potentíssmo álbum de estreia como ‘Liberation’ lançou estes senhores a terras mais longínquas e até ‘agora’ continuaram sempre com bons álbuns.

Em 2010, ano em que é editado ‘Demonoir’ a banda espalhou-se por completo numa sonoridade em que eu simplesmente intitulo de infantil.

‘Demonoir’ deve ter sido o disco mais monótono que já ouvi duma banda que tem uma restante discografia muito para além do respeitável.

O álbum é maioritariamente composto por músicas de nome ‘Tunnel of Set’, sendo estas enumeradas e ordenadas em numeração romana.

Sendo apreciador de algum Black Metal norueguês, gosto bastante desta banda (ou dos discos antes de Demonoir), e a verdade é que foi quase um murro no estômago escutar este novo álbum.

Este quinto longa-duração dos noruegueses perde-se na formula básica de blastbeats e vocais rasgados simples, sem espírito, em que a boa produção é a única mais valia do disco.

De Black Metal de 2010, este disco foi sem sombra de dúvida, o pior registo que já ouvi.

Não o digo para evitarem, mas só recomendo o disco aos coleccionadores…

 

[Nota: 4.9/10]

 

Sendo o Lemmy um dos meus ídolos, posso dizer até que já vou um bocado atrasado por fazer a review do mais recente álbum dos Motörhead.

Pois bem, ‘The Wörld is Yours’ é mais um álbum com a fórmula básica da banda britânica, riffs abrasadores, um Mikkey Dee em plena forma e, claro o mestre Lemmy no seu melhor!

O álbum começa com uma faixa com um título muito especial, ‘Born to Lose’…  ‘onde é que nós já ouvimos isto?’, pensamos nós entre sorrisos.

Get Back In Line é outra faixa bastante roqueira, onde nota-se algum esforço na voz de Lemmy, afinal… 65 anos pesam! No entanto, bem ou mal, Lemmy é Lemmy e isso basta!

A meio do álbum, deparamo-nos com a típica mensagem de Lemmy em ‘Rock n’ Roll Music’, mas que deverão ouvir bem e apreciar o que, segundo o mestre Lemmy, é a música Rock!

O álbum em si segue sempre a mesma fórmula, no entanto, isto não cansa!

Mais uma vez, os riffs bem crunchy’s e os magníficos solos de Phil Campbell marcam forte presença neste registo, assim como o baixo de Lemmy, fundamental para definir o peso e essência da banda.

Como referi antes, nota-se que a voz de Lemmy está a enfraquecer um pouco, mas o que vale é que aquele tom especial continua lá, e com ele, a soberba musicalidade dos Motörhead.

A fechar, é recordado o single ‘Bye Bye Bitch Bye Bye’, que tem o melhor solo do disco!

‘The Wörld is Yours’ é um álbum ‘Motörheadesco’, sem fugir à sonoridade tradicional da banda. Quem não gosta da banda, não é com este álbum que certamente irá começar a gostar. Já para os que gostam, é mais um bom álbum dos britânicos!

 

[Nota: 8.5/10]

 

Dawnbringer – ‘Nucleus’

Dezembro 28, 2010


Depois de álbuns anteriores algo fracos, os Dawnbringer lançaram este ano ‘Nucleus’ o seu quarto álbum de originais.

Sendo os dois primeiros álbuns um produto muito fraco da banda norte-americana, a verdade é que estes senhores ‘explodiram’ neste trabalho.

Digo isto porquê? Bem… ‘Nucleus’ é um álbum que mistura várias tendências musicais dentro do Metal.

Começa-se com ‘So Much for Sleep’, que inclui uma boa dose de NWOBHM a fazer lembrar os Maiden no tempo de Powerslave, com solos soberbos, e damos também um pulo pelo Thrash Metal em ‘The Devil’, um cheirinho do Black Metal com uma tendência algo Punk praticado pelos Venom em ‘All I See’ e ainda nos defrontamos com uma sublime ‘Cataract’.

A fórmula deste álbum torna-se por vezes algo difícil de entender, pois variamos de uma injecção de NWOBHM a Doom, Thrash… e passamos até por uma faixa que por sua vez, é a melhor do álbum, que começa de uma algo Doom para depois nos levar a algo parecido com o que os Alice in Chains fazem. Estamos a falar de ‘Like an Earthquake’.

Se houve alguma surpresa que eu ouvi este ano, foi este álbum. Acreditem amigos, estamos perante um álbum que, não é propriamente o melhor no que toca a voz, admitamos, mas que tem: riffs mágicos, solos com uma técnica e melodia de-se lhe tirar o chapéu, uma batida e uma musicalidade bastante contagiante, em que um ouvinte certamente não enjoará de escutar o álbum.

O único senão neste registo é o ‘breakdown’ que há na passagem da faixa ‘All I See’ para ‘Old Wizard’, o que foi algo que até me arrepiou de tão repentino e estranho que foi!

De resto, perfeito para qualquer amante de boa música! Nada muito pesado, acessível às boas mentalidades, e, por favor, não percam este álbum, pois não sabem mesmo o que perdem!

[Nota: 9.6/10]

Brutal Death Metal/Grind

Dezembro 27, 2010

Chama-se a este o género musical mais extremo de sempre.

O Brutal Death era um género ignorado por mim até esta semana… quer dizer, de Brutal Death conhecia duas bandas, Nile e Holocausto Canibal, sendo estes últimos uma pérola no Brutal Death nacional.

Foi então que ao navegar no fórum de metal onde estou registado fui parar ao tópico de Brutal Death/Grind e decidi escutar algumas propostas dos membros.

Ouvi imensas bandas, com nomes dos quais não me recordo sinceramente e é a partir de hoje que vou começar a prestar mais atenção a este género extremo.

Para quem isto tem sido chinês até agora, passo a explicar:

O Brutal Death Metal é um sub-género do Death Metal que apresenta uma musicalidade notavelmente mais extrema que este.

O Brutal Death Metal tem como principais características:

– Bateria rapidíssima, com um uso maioritário de blastbeats.

– Guturais bastante mais graves que os usados no Death Metal ‘normal’, indecifráveis

– Guitarras e baixo super-distorcidos.

– Andamentos variados, tanto pode ser música groovy como se pode perder numa série de breakdowns

 

Este género não é para todos os ouvidos, e requer bastantes audições (bastantes mesmo!) para se conseguir sentir e entrar no ouvido como algo desafiante de se escutar.

As bandas de Brutal Death Metal/Grind usam por norma nomes com mais de uma palavra, e uma dessas costuma acabar em ‘ion’, o que é um factor engraçado.

No que toca a sonoridade, hoje, ao ouvir este género começo a fazer air-drumming ou headbang até cair para o lado sem reparar, por vezes, uma das razões pelas quais nunca ouço este género senão em casa… é uma sensação de poder indescritível, acreditem!

E a fechar isto, apresento-vos aqui umas poucas músicas de Brutal Death/Grind para apreciarem!

 

Aeon – Forgiveness Denied

Cerberal Bore – The Bald Cadaver

Infernal Revulsion – Dead but Breathing

Disavowed – Biased Existence


 

 

 

 

Com alguns singles lançados como ‘A Voice in the Dark’ ou ‘War of the Thrones’, difícil era não ter algumas expectativas relativamente a esta novo registo dos teutónicos Blind Guardian.

4 anos de inactividade após ‘A Twist in the Myth‘ eram suspeitos e até uma acusação aos Blind Guardian de enfraquecerem a nível musical.

Enfureceram-se? Não sei, mas a verdade é que este ano, os germânicos lançaram um álbum onde a palavra ‘grandioso’ é pequena para designar esta obra!

‘Sacred Worlds’ abre com um trabalho orquestral… fenomenal! Que depois vai ficando progressivamente mais pesado e que dá entrada imediata a ‘Tanelorn’, que apresenta um riff mais thrashy de início e que inclui um dos melhores refrões já feitos pelo grupo alemão, que até relembra o já longínquo trabalho de ‘Battalions of Fear’ de 1988.

Em faixas como ‘Ride into Obsession’ ou ‘A Voice in the Dark’, confirma-se o talento destes senhores para fazerem um Power Speed Metal digno de… genial!

Para além do talento para Power Speed Metal, os Blind Guardian também são dotados de talento para compor baladas, como ‘War of the Thrones’ e ‘Curse my Name’ demonstram.

A fechar, ‘Wheel of Time’, que apresenta influências árabes e um épico inconfundível, perfeito para encerrar esta peça de arte.

Os Blind Guardian já lançam álbuns desde finais da década de 80, mas este, meus amigos, foi o que mais gosto me deu a ouvir.

Mais que grandioso, uma obra de arte! Um registo que entra no meu Top 10 deste ano de discos!

[Nota: 9.4/10]


Depois de analisar álbuns mais leves, estava mesmo a precisar de alguma coisa bem mais bruta e pesada.

Apanhei o mais recente trabalho dos Misery Index, banda norte-americana de Deaht Metal/Grindcore e… foi logo ouvir!

Bem… ‘Heirs to Thievery’ não é um álbum acessível a todos… digamos que quem não está habituado a uma boa injecção de extremismo musical não conseguirá ouvir este álbum até ao fim.

O som dos Misery Index é um Death Metal com claras influências do Hardcore Punk e do Grindcore, o que mistura a técnica com a rapidez, o que por vezes é arriscado em bandas inexperientes no assunto, mas os Misery Index já têm um currículo bastante respeitável nestas andanças e conseguiram misturar isto de uma forma tão… eficiente, que estamos perante o álbum do ano de Deathgrind, diga-se!

O álbum não se afasta muito no que toca a andamentos. Temas rápidos, e contagiantes, com influências óbvias de Napalm Death em faixas como ‘The Spectator’ ou ‘Heirs to Thievery’.

A fórmula deste quarto longa-duração dos Deathgrinders consiste basicamente em Blastbeats furiosos com uma voz furiosa, um baixo potente e umas guitarras… furiosas. Estamos perante um registo bastante carregado de raiva, o que dá um ambiente energético a quem o ouve.

Jason Netherton cospe as letras de uma forma assustadora, carregados de fúria, como já foi dito em cima, enquanto os restantes músicos, nomeadamente o baterista Adam Jarvis, castigam os seus equipamentos com andamentos e força arrepiantes.

Alguns breakdowns à mistura, não tão repentinos como os de Deathcore, uns blastbeats que também se juntam, um pedal duplo rapidíssimo, resultam todos numa mistura perfeita de percussões, que segue também alguns andamentos de Brutal Death Metal, notando-se menos estes, mas nada que atenção não detecte.

Não destaco faixas, porque neste género não é fácil de destacar músicas num álbum… mas especial destaque a ‘You Lose’ que começa com um dos berros mais poderosos que já ouvi em álbuns de Death Metal e ‘Day of the Dead’, a última faixa, que começa com um poderosíssimo, mas curto trabalho de bateria.

‘Heirs to Thievery’ é simplesmente A proposta de Death Metal/Grindcore de 2010, onde se ouve tudo sem cansar, onde viajamos para uma dimensão completamente… como hei de designar…? Nem sei… só mesmo ouvindo!

Que o próximo álbum siga esta linha de composição, e que nos brindem com poder semelhante ou maior ainda… eu cá espero ansiosamente!

[Nota: 8.3/10]


Hoje mostraram-me este álbum, de uma banda que desconhecia totalmente, os Mystic Prophecy.

Os Mystic Prophecy são uma banda de Power Metal oriunda da Alemanha que apresentam uma musicalidade que lembra bastante os Iced Earth.

Aceitei o desafio e escutei o álbum.

O trabalho abre com ‘A Cross the Gates of Hell’, uma faixa mediana com um refrão que fica no ouvido, mas que deixa a desejar em comparação ao restante álbum

O álbum vai melhorando progressivamente, com boas faixas como ‘We Kill! You Die!’ ou uma das melhores do álbum, que se chama ‘Father Save Me’, que apresenta um refrão contagiante e um solo espectacular, carregado de poder… irresistível.

‘To the Devil I Pray’ segue a mesma fórmula e de seguida, ‘Fireangel’ com uns riffs que soam bastante a Iced Earth, como dito anteriormente.

O álbum segue sempre a mesma forma, com faixas mais lentas, mas mesmo assim, poderosas, como é o exemplo de ‘Fight Back the Light’

‘Death Under Control’ ou ‘Revolution Evil’ são faixas que não são más, mas também não as podemos chamar ‘de outro mundo’

O álbum fecha com ‘Gods of War’ e ‘Forever Betrayed’, também músicas que não passam do ‘boazitas’…

De Metal teutónico percebo eu, e com concorrência de peso como Accept, Blind Guardian ou os Iced Earth, é preciso mais que isto para se conseguir afirmar no panorama de Heavy Metal germânico.

Tem faixas bastante boas, mas o excesso de músicas que pouco passam do ‘bonzito’, não dão hipóteses aos Mystic Prophecy de se afirmar no Heavy/Power Metal alemão.

Nota: [7/10]

 

Basta saber o que é Heavy Metal para saber quem é Rob Halford.

Em 2010, ano de retirada dos Judas Priest, Halford brinda-nos com o seu quarto álbum de originais, ‘Made of Metal’.

Quem conhece a carreira solo de Halford sabe também que a preocupação deste com os artworks… é quase nula, aliás, se não tivesse o nome de Halford na capa, eu próprio adivinhava de quem era o álbum.

Bem, mas a verdade é que neste longa-duração, há um contraste que é bastante bom; por um lado temos a capa, que já se sabe o quão ‘foleira’ é, e por dentro temos um álbum que reforça a ideia de porque é Halford chamado de Metal God.

Abertura com ‘Undisputed’, de seguida ‘Fire and Ice’ e ‘Made of Metal’, sendo esta faixa algo repetitiva, pois o refrão é constantemente pronunciado em excesso, com a compensação deste ser de facto, contagiante e que fica logo no ouvido.

Uma semi-balada, ‘Till the Day I Die’ e uma ‘verdadeira’ balada em ‘Twenty-Five Years’ mostram o lado mais emotivo do Metal God e dão ao mesmo tempo o toque de melancolia no álbum.

Lá mais para o fim, ‘Matador’, ‘I Know We Stand a Chance’ e ‘The Mower’ encarregam-se de fechar o álbum da melhor forma. Destaque a ‘The Mower’ por mostrar aquele lado berrante-estridente que todos nós gostamos em Halford.

‘Made of Metal’ é um álbum com músicas de se agradar a Gregos e Troianos… mas como por palavras é difícil descrever, o melhor é mesmo ouvir.

 

[Nota: 9.1/10]

Deftones – Diamond Eyes

Dezembro 24, 2010

 

Ao falar de Metal Alternativo, os Deftones são das primeiras bandas que me vêm à cabeça.

Um amigo pediu-me para fazer uma review de um álbum de Avenged Sevenfold ou Deftones… Quem me conhece sabe qual seria a minha escolha, e agora… aqui está:

Os Deftones são uma banda já bem respeitável em todo o panorama metálico.

Com álbuns como ‘Around the Fur’ ou ‘White Pony’, a banda californiana já provou ser mais do que ‘mais uma banda’.

Em 2010, com o baixista Chi Cheng hospitalizado, em coma e em estado grave, a banda não baixou os braços e ganhou força para continuar.

Aí, Sergio Vega substitui Chi e gravou com os Deftones este registo, ‘Diamond Eyes’ .

Os Deftones neste álbum não estão maus, mas também falta um pouco da essência de ‘White Pony’ ou ‘Around the Fur’.

Há grandes músicas como há… fillers… fillers esses como: ‘You’ve Seen the Butcher’, ‘Beauty School’,  ‘Royal’ e ‘Risk’

No entanto, temas como ‘Diamond Eyes’, ‘CMND/CTRL’, ‘Rocket Skates’ e a semi-balada ‘Sextape’ são de uma qualidade deveras boa que tapam esses ‘vazios’ deixados pelos fillers.

Faixas como ‘Prince’ e ‘976-EVIL’ não passam de músicas ‘boas’, que estão longe de ser más, mas que não chegam à grandeza das enunciadas em cima.

Sem muito que se lhe diga, Diamond Eyes é um registo com o selo Deftones, que não é mau, mas o certo é que desta banda, eu, pelo menos, esperava mais…

‘Diamond Eyes’ é especialmente, um ‘disco de contrastes’, onde há poucas faixas medianas (só duas em onze) e há mais boas músicas e… fillers… contrastes esses que podem ser maus… e neste caso, são-no.

 

[Nota: 7/10]