Lançado no ano passado, esta é a mais recente proposta de um dos maiores nomes nacionais de peso.

Diga-se que já os lançamentos anteriores revelavam o potencial da sonoridade que os MTAT têm vindo a desenvolver, mas se existe o chamado benefício da dúvida, este é-nos dado neste ‘Vol 4: Make Friends And Enemies’.

O que encontramos neste segundo longa-duração é um post-hardcore com uma sensibilidade pop que tanto caracteriza o colectivo de Setúbal. Este álbum caracteriza-se por vários factores, sendo um deles o facto da banda beber de variadas influências, que vão desde a agressividade do thrash alemão, aos licks tipicamente suecos, especificamente, típicos do Melodic Death de Gotemburgo.

A abrir temos ‘It’s Alive (How I Made a Monster), e se me permitem uma opinião, é a melhor faixa de abertura que já ouvi num álbum de metalcore (Isto naquela de arranjar um nome mais fácil para descrever um bocado do que aqui se encontra); agressividade do início ao fim, que não é comprometida pelo refrão viciante marcado pelo jeito que o Vasco Ramos tem para fazer refrões daqueles que levam o ouvinte a cantarolá-los por vezes sem se aperceber que está mesmo a fazer isso.

Tanto encontramos uma emocional ‘Roadsick’, como achamos uma introdução simplesmente estrondosa, bem thrashy em ‘I Will Always Let You Down’. No meio disso, encontramos uma ‘Black Hearts’ que dá espaço a um solo, com aquele refrão que (positivamente) nos perturba por ficar bem entranhado na cabeça. No final, em ‘A Sharp Tongue Can Cut Your Own Throat’ encontramos a referida guitarrada sueca, com uma surpresa no final desta mesma faixa.

Nisto, pode-se dizer que a banda setubalense tempera as suas músicas com açúcar q.b, mantendo-as bem doces. A juntar a isto, uma sonoridade e produção bem musculadas, com a propriedade de não ser tão enjoativo relativamente aos normalíssimos lançamentos de Metalcore que vão dando. Há excepções, e mais engraçado ainda é que os MTAT pratiquem a típica fórmula agressividade + melodia + refrões que se colam (e bem, como já disse), sem tocarem sequer no marasmo que o género tem vindo a sofrer. Enquanto há excepções, nós agradecemos, e aquele sentimento da banda ser nacional também acrescentam um bocado de nostalgia à coisa, não é?!

[9.3/10]